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terça-feira, 30 de março de 2010

1968, O ANO VIVO ! PARA NUNCA ESQUECER !


O secundarista paraense Édson Luís de Lima Souto, 16 anos, morreu baleado no peito durante conflito entre policiais e estudantes no Restaurante Calabouço, Centro do Rio de Janeiro. Levado pelos companheiros para a Assembléia Legislativa, seu corpo foi velado coberto com a Bandeira Nacional, outra do Calabouço e por mensagens de protesto. Mais de 50.000 pessoas se aglomeram em frente à Câmara e acompanharam o funeral, em clima de revolta, até o enterro no Cemitério São João Batista.

O Restaurante Calabouço era um refeitório popular, subsidiado pelo governo e destinado a estudantes do interior, vestibulandos e universitários. Desde o incêndio do prédio da União Nacional dos Estudantes (UNE) em abril de 1964, tinha se tornado o foco principal de agitação e resistência ao regime militar. De lá partiam as passeatas estudantis que tanto incitavam a vida da cidade e provocavam os generais.

Em virtude das condições precárias do seu funcionamento e da má qualidade da alimentação ali servida, era alvo de críticas permanentes por parte dos seus freqüentadores. Foi durante uma manifestação de protesto contra essa situação que policiais invadiram o local e, investindo contra os presentes, deram início à barbárie que culminaria com a morte do jovem estudante.

As circunstâncias da morte de Edson Luís evidenciaram a intolerância oficial em lidar com as reivindicações estudantis. Prenunciaram a disposição do governo e os recursos truculentos de que se serviriam para eliminar lideranças estudantis e coibir o movimento social que agitaria o Brasil durante o decorrer do ano de 1968. E sagraram o jovem símbolo da causa estudantil nacional.

Consternação e protesto por Edson Luís

A Assembléia Legislativa decretou luto oficial por três dias pela morte de Edson Luís.

Todos os teatros da Guanabara interromperam seus espetáculos em sinal de protesto, sendo a decisão aplaudida, de pé, pelo público presente. No Princesa Isabel, onde estava em cartaz a peça Roda Viva, os atores do elenco, ao tomarem conhecimento do incidente, fizeram um minuto de silêncio. Em seguida, suspenderam a apresentação e todos os presentes, convidados por um grupo de artistas liderados pelo paulista Plínio Marcos, seguiram para o funeral do estudante.

*Transcrito do J.B. on line.

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