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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

ESTADO DO PARÁ - A BANALIZAÇÃO DE UMA IMORALIDADE CHAMADA SAÚDE PÚBLICA

Pacientes esperam anos por cirurgias em hospitais do SUS

Cerca de 800 paciente aguardam por transplantes no Estado

 
23/01/2013 
A demora na realização da cirurgia eletiva pode resultar em sérios problemas ao paciente e alterar o quadro para alta e média complexidades. Em Belém, pacientes amargam há anos na fila de espera de hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O garoto, Roberto Paraguassu, de 11 anos, é um dos exemplos. Ele aguarda pela cirurgia na glândula tireóide. 'Meu filho tem um problema de glândula tireóide, já foi realizado o procedimento pré-operatório, porém, aguarda a cirurgia, desde o início de janeiro de 2011, no Hospital João de Barros Barreto, da Universidade Federal do Pará (UFPA), mas até agora nada. Já fui ao hospital várias vezes, mas não há resultados. À época, a médica disse que a situação dele era para operação, e, se não fosse feita a cirurgia, poderia gerar um câncer na garganta', explicou a mãe de Roberto, Márcia Penha.
O deficiente auditivo José Luiz Miranda Alcântara, 40 anos, também sofre esperando pela cirurgia eletiva. Ele sofre de cálculo renal há dois anos e sete meses. Metade desse tempo, José aguarda pela liberação da Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) para submeter-se a cirurgia de pedra no rim esquerdo. Ele é paciente em uma clínica particular conveniada ao SUS, na travessa Dom Romualdo de Seixas, 1942, no Umarizal.
'Meu genro é diabético também e já tratou da doença para fazer a cirurgia do rim. Ele está com todos os exames pré-operatórios aprovados pelo médico da clínica, mas até hoje não é chamado. O médico viu no exame que a pedra está grande, precisa operar, mas falou que não pode fazer nada se a Central da Sesma não liberar a cirurgia', falou a sogra do paciente que o acompanha sempre.
Ainda segundo a sogra de José, os funcionários da clínica disseram que não podiam fazer nada e que, além dele, há centenas de pessoas na mesma situação. 'Na semana passada, foi maior tumulto na clínica, porque os pacientes queriam soluções. Coitado do meu genro. Ele sente dores na barriga, pernas e costas, já emagreceu muito. A gente não sabe mais o que fazer', desamparada, disse a sogra.

Depressão - Durante o tempo de espera, a mãe de Roberto Paraguassu, contou que o menino tem vazamento de secreção amarela (pus) em consequência da infecção e furo externo na garganta e mau hálito, o que prejudica a interação social. 'Ele quase não sai para brincar e enfrenta problemas de ir à escola porque sente vergonha dos colegas, chora, fica deprimido. Essa demora é uma falta de respeito', desabafou a mãe.
O diretor geral do Barros Barreto, Eduardo Leitão, disse que a demora no atendimento de Roberto é devido à pequena quantidade de médicos na área de cabeça e pescoço. 'Tínhamos dois médicos e conseguimos mais um a partir deste mês, mas ainda não é suficiente', disse o médico, que falou ainda da baixa estrutura do hospital. Ele adiantou, porém, que ainda hoje, Roberto será avaliado para definição do diagnóstico e tratamento.

Sobre o caso de Luiz Miranda, a diretora de Central de Regulação da Secretaria, Ana Conceição Bezerra, disse que não visualizou o nome dele na Central, mas que vai solicitar informações do paciente junto à clínica particular.

Oitocentos esperam por transplantes

Oitocentas e quarenta pessoas estão na fila de espera por um transplante de rim no Pará. No ano passado, o Hospital Ofir Loyola (HOL) realizou apenas 45 cirurgias deste tipo. Referência em transplantes de órgãos procedentes de doadores já mortos, o hospital realizou apenas 433 transplantes de rim desde que foi habilitado para fazer o procedimento, em 1999. O principal problema seria a falta de informação a respeito da doação. De acordo com a médica chefe da Nefrologia do HOL, Silvia Cruz, a recusa das famílias em autorizar a doação de órgãos no Estado chega a 34%.

'O Pará tem uma média de apenas três doadores por um milhão. Em estados como Santa Catarina e São Paulo essa média é de 22 por um milhão', declarou a médica, lembrando que os hospitais têm equipes especializadas na abordagem às famílias para a captação de órgãos. Ainda assim, conseguir a autorização não é fácil. 'Você não pode chegar até a família de qualquer jeito porque ele está um momento crítico e ainda chega alguém pedindo para fazer a doação. Por isso os hospitais têm pessoal treinado para essa abordagem', destacou. A saída seria a realização de campanhas educativas para esclarecer a população sobre a importância da doação.

Fonte: Jornal Amazônia 

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