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sábado, 30 de novembro de 2013

A MAIOR AMEAÇA DE EXTINÇÃO DA HUMANIDADE EM TODOS OS TEMPOS

O filme a que vocês podem assistir na janelinha abaixo, Treze dias que abalaram o mundo (d. Roger Donaldson, 2000), está longe de ser uma obra-prima. 

É basicamente correto, com as limitações de praxe das produções de Hollywood, como algumas simplificações/distorções históricas, um enfoque um tanto heroicista e o destaque excessivo que dá ao assessor de imprensa de John Kennedy, Kenny O'Donnell (Kevin Costner), que não estava com essa bola toda.

Mas, o episódio que focaliza é extremamente importante e o cinema de entretenimento evita destacá-lo (claro!) para não despertar o cidadão comum de sua letargia esplêndida. Daí eu recomendar que todos (re)vejam o filme e reflitam sobre ele. 

Há meio século, a insânia das potências ameaçou reduzir a humanidade a pó; e nada nos garante que o perigo esteja definitivamente afastado. Então, jamais devemos esquecer a crise dos mísseis cubanos.

O mês é outubro e o ano, 1962. Em todos os países há pessoas com o ouvido colado nos rádios e lançando olhares angustiados para o céu, à beira do pânico.

Nunca estiveram tão presentes nas mentes e tão opressivas nos corações as imagens dantescas dos genocídios de Hiroshima e Nagasaki, quando mais de 200 mil seres humanos foram imolados, parte instantaneamente, parte após lenta e terrível agonia. 

Havia concreta possibilidade de repetição daqueles horrores em escala muito mais ampla.

É que os EUA, ao obterem provas fotográficas da existência de silos de mísseis soviéticos em Cuba, deram um ultimato à URSS, exigindo sua imediata remoção.

A União Soviética, inicialmente, não cedeu. Pelo contrário, ao saber que os norte-americanos haviam iniciado um bloqueio naval e aéreo de cuba, despachou uma frota que o tentaria romper.

Um único disparo e começaria a reação em cadeia! Estava-se a um passo da guerra nuclear entre duas nações que acumulavam poder destrutivo suficiente para exterminar a espécie humana.

Foram 13 dias que apavoraram o mundo, enquanto se desenvolviam tensas negociações entre os governos de John Kennedy e Nikita Kruschev. Nunca os estadunidenses compraram tanto cimento e tijolo como nesse período em que construíram sofregamente abrigos nucleares em suas casas.

A crise dos mísseis cubanos terminou com cada lado cedendo um pouco e o mundo suspirando aliviado.
Os EUA concordaram em, posteriormente e sem alarde, retirarem mísseis similares que haviam instalado na Turquia. Comprometeram-se, ainda, a nunca mais realizarem ou estimularem invasões de Cuba, como a que a CIA e exilados cubanos haviam tentado em abril daquele ano na Baía dos Porcos. Eram estes os acontecimentos que haviam motivado os soviéticos a exibirem também o muque.

Kruschev, por sua vez, ordenou o desmantelamento dos silos e a retirada dos mísseis, saindo do episódio com uma vitória real (obtivera as contrapartidas desejadas) e uma derrota propagandística, pois concordou em manter secretas as cláusulas que lhe eram favoráveis.

De quebra, as superpotências decidiram colaborar para que novos sobressaltos fossem evitados, tendo sido instalada uma ligação telefônica direta (o famoso telefone vermelho) entre Kennedy e Kruschev, para que se entendessem antes dos pequenos problemas virarem grandes crises.
 
Fonte: Náufrago da Utopía

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